Corrimento: Guia Completo dos Tipos, Cores e Quando se Preocupar

Descubra tudo sobre Vaginose Bacteriana: Sinais, Causas e Solução

Revisado por: Denise Rodrigues, enfermeira especializada em Saúde da Mulher a mais de 15 anos.

A vaginose bacteriana é uma condição comum que afeta milhões de mulheres em todo o mundo.

Apesar de não ser considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST), está relacionada a desequilíbrios na flora vaginal e pode causar desconfortos importantes.

Neste artigo, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre essa condição: desde os sintomas até o tratamento e formas eficazes de prevenção.

O que é vaginose bacteriana?

A vaginose bacteriana (VB) é uma alteração no equilíbrio natural das bactérias que habitam a vagina.

Em condições normais, os lactobacilos — bactérias boas — predominam e mantêm o ambiente vaginal saudável e levemente ácido.

Quando essa flora é desbalanceada, bactérias nocivas, como a Gardnerella vaginalis, se proliferam em excesso, causando a vaginose.

Diferença entre vaginose bacteriana e candidíase

Enquanto a candidíase é causada por fungos (geralmente Candida albicans) e tende a gerar coceira intensa e corrimento branco espesso, a vaginose bacteriana tem origem bacteriana e costuma provocar um corrimento mais fino, acinzentado e com odor desagradável.

Vaginose é considerada uma IST?

Não. A VB não é uma infecção sexualmente transmissível (IST), mas pode aumentar o risco de contrair uma IST, como a clamídia.

É mais comum em mulheres sexualmente ativas. Relações com múltiplos parceiros ou uso frequente de duchas vaginais podem aumentar o risco de ter VB.

É normal ter vaginose mais de uma vez?

Sim. A vaginose pode recorrer mesmo após o tratamento, especialmente se os fatores de risco não forem controlados. Algumas mulheres têm episódios repetidos ao longo da vida.

Quais são os sintomas da vaginose bacteriana?

  • Corrimento fino, branco-acinzentado
  • Odor forte e desagradável (parecido com peixe)
  • Leve coceira ou ardência
  • Aumento da secreção após relações sexuais

Como é o corrimento da vaginose bacteriana?

Geralmente, o corrimento tem aspecto líquido, coloração esbranquiçada ou acinzentada e um cheiro forte, principalmente após a relação sexual.

O mau cheiro vaginal sempre indica vaginose?

Nem sempre. Outras condições, como tricomoníase ou infecções por fungos, também podem alterar o odor vaginal. O ideal é buscar diagnóstico profissional.

Vaginose pode causar coceira ou dor?

Pode haver leve coceira ou ardor, mas esses não são os principais sintomas. Se houver dor intensa, pode ser sinal de outro problema ginecológico.

O que causa a vaginose bacteriana?

A principal causa é o desequilíbrio da flora vaginal.

Fatores de risco mais comuns
  • Múltiplos parceiros sexuais
  • Uso frequente de duchas vaginais
  • Uso de anticoncepcionais hormonais ou dispositivos intrauterinos (DIU)
  • Higiene íntima inadequada

Hábitos de higiene que podem favorecer a infecção

Lavar a vagina internamente com sabão, usar duchas, lenços umedecidos perfumados ou desodorantes íntimos altera o pH vaginal e facilita a proliferação de bactérias.

Relações sexuais influenciam no surgimento da vaginose?

Sim. A introdução de sêmen (com pH mais alcalino), uso de preservativos com espermicidas e contato com novas microbiotas podem favorecer o desequilíbrio.

Como é feito o diagnóstico da vaginose bacteriana?

O diagnóstico é clínico e laboratorial.

Quais exames são indicados?

  • Exame ginecológico com avaliação do corrimento
  • Teste do pH vaginal
  • Exame microscópico da secreção

O que o ginecologista avalia na consulta?

O médico analisa o tipo, cor e odor do corrimento, além de realizar exames para identificar desequilíbrios da flora vaginal.

Como diferenciar de outras infecções vaginais?

A diferenciação é feita pela análise clínica e exames laboratoriais, já que candidíase e tricomoníase possuem sintomas semelhantes.

Qual é o tratamento para vaginose bacteriana?

O tratamento é simples e eficaz, na maioria dos casos.

Remédios mais usados (orais e tópicos)

  • Metronidazol (oral ou gel vaginal)
  • Clindamicina (creme vaginal ou comprimido)

Pomadas vaginais funcionam?

Sim, especialmente em casos leves ou como alternativa ao tratamento oral. O uso deve seguir orientação médica.

Quanto tempo dura o tratamento?

Geralmente entre 5 e 7 dias. Em casos recorrentes, pode ser necessário prolongar.

O que evitar durante o tratamento

Evitar relações sexuais, duchas vaginais, uso de absorventes internos e produtos perfumados até a completa melhora.

Complicações possíveis se a vaginose não for tratada

  • Maior risco de infecções ginecológicas
  • Aumento da chance de contrair ISTs
  • Complicações na gravidez, como parto prematuro

Impactos na fertilidade

A inflamação crônica causada pela vaginose pode afetar o trato reprodutivo e interferir na fertilidade.

Riscos na gravidez

Mulheres grávidas com VB têm maior risco de parto prematuro, ruptura precoce das membranas e baixo peso do bebê.

Relação com infecções recorrentes

A flora vaginal desequilibrada pode facilitar o surgimento de outras infecções, como candidíase de repetição.

Como prevenir a vaginose bacteriana?

A prevenção da vaginose bacteriana começa com o cuidado diário da saúde íntima. Manter a flora vaginal equilibrada é essencial para evitar o crescimento excessivo de bactérias que causam esse tipo de infecção.

Pequenas mudanças nos hábitos de higiene, alimentação e vestuário podem fazer uma grande diferença na saúde vaginal.

Hábitos íntimos que ajudam a manter a flora vaginal equilibrada

  • Evitar duchas vaginais
  • Usar roupas íntimas de algodão
  • Dormir sem calcinha para ventilação
  • Manter boa hidratação

Alimentação e saúde vaginal: existe relação?

Sim. Alimentos ricos em probióticos (como iogurte natural e kefir) ajudam a manter os lactobacilos saudáveis.

O uso de sabonetes íntimos é seguro?

Desde que neutros, sem perfume e usados apenas externamente. O uso excessivo pode alterar o pH vaginal.

Quando procurar ajuda médica

Embora muitos casos de desequilíbrios vaginais possam ser resolvidos com cuidados simples no dia a dia, é importante saber identificar quando é necessário procurar um profissional de saúde.

Ignorar certos sintomas pode agravar o problema e até mascarar infecções mais sérias. O acompanhamento ginecológico regular é essencial para garantir a saúde íntima e prevenir complicações.

Sinais de alerta que não devem ser ignorados

  • Mau cheiro vaginal persistente
  • Corrimento anormal com dor
  • Sintomas que retornam após tratamento

Importância do acompanhamento ginecológico regular

Consultas regulares ajudam na detecção precoce e no controle de desequilíbrios vaginais.

Dúvidas comuns sobre vaginose bacteriana

A vaginose tem cura definitiva?

Sim, mas pode recorrer. Manter os cuidados preventivos é fundamental.

É possível tratar vaginose naturalmente?

Alguns estudos apontam benefícios do uso de probióticos, mas eles não substituem os medicamentos convencionais.

O parceiro também precisa de tratamento?

Não há consenso. Na maioria dos casos, não é necessário, mas em episódios recorrentes, a avaliação do parceiro pode ser indicada.

Mulheres que não fizeram sexo também podem ter vaginose bacteriana?

Sim, mulheres que nunca tiveram relações sexuais também podem desenvolver vaginose bacteriana. Isso ocorre porque a vaginose está relacionada ao desequilíbrio da flora vaginal — ou seja, à redução dos lactobacilos (bactérias “boas”) e ao crescimento excessivo de bactérias anaeróbias.

Uma mulher pode transmiti-lo para outra mulher durante o sexo?

Sim, a transmissão entre mulheres durante o sexo é possível, embora a vaginose bacteriana não seja considerada uma IST clássica (Infecção Sexualmente Transmissível).

O contato íntimo entre duas mulheres pode favorecer o desequilíbrio da flora vaginal, especialmente se há compartilhamento de objetos sexuais sem higienização adequada, ou contato direto entre secreções vaginais.

Por isso, é recomendado o uso de barreiras de proteção, como películas ou preservativos em brinquedos sexuais, mesmo entre parceiras fixas, além de higienização adequada e individual de itens íntimos.

Por que a vaginose aumenta o risco de contrair uma IST?

A vaginose bacteriana altera o pH vaginal, tornando a região menos ácida. Isso compromete as defesas naturais da vagina, facilitando a entrada e proliferação de microrganismos causadores de infecções sexualmente transmissíveis, como HIV, clamídia e gonorreia.

A vaginose bacteriana é uma condição comum, mas que merece atenção.

Embora o tratamento seja simples na maioria dos casos, a recorrência e as possíveis complicações tornam essencial o acompanhamento ginecológico regular e a adoção de hábitos saudáveis para manter o equilíbrio da flora vaginal.

Cuidar da saúde íntima vai muito além da higiene: envolve informação, autocuidado e prevenção.

Se você está enfrentando sintomas semelhantes ou tem dúvidas sobre o que é normal ou não no seu corpo, não hesite em procurar orientação médica.

O conhecimento é uma das maiores ferramentas para garantir bem-estar e qualidade de vida.

Continue navegando pelo nosso site para descobrir outros conteúdos sobre saúde íntima da mulher, cuidados ginecológicos e prevenção de infecções.

Aqui, você encontra informações confiáveis e acolhimento para cuidar de si com mais segurança e tranquilidade.

Referências bibliográficas

  1. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: Infecções do Trato Genital Inferior Feminino. Brasília: 2020.
  2. Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Bacterial Vaginosis – CDC Fact Sheet. Updated 2023.
  3. Linhares IM et al. Bacterial vaginosis: standard treatments and alternative management strategies. Arch Gynecol Obstet. 2011; 283(2): 343-352.
  4. Sobel JD. Vaginitis. N Engl J Med. 1997; 337(26):1896-1903.

Workowski KA, Bachmann LH, Chan PA, et al. Sexually Transmitted Infections Treatment Guidelines, 2021. MMWR Recomm Rep 2021; 70(No. RR-4):1–187.