Corrimento vaginal com mau cheiro é um sintoma que pode causar muito desconforto e preocupação.
Ele geralmente indica algum desequilíbrio na flora vaginal ou infecção, especialmente quando vem acompanhado de mudança na cor, coceira, ardência ou dor.
Entender as possíveis causas e saber como tratar é essencial para preservar a saúde íntima.
Neste artigo, explicamos o que pode provocar corrimento com odor desagradável, como identificar sinais de alerta, os principais tratamentos e dicas práticas de prevenção.
Leia também:
O que é corrimento vaginal normal? Diferenças entre secreções naturais e patológicas
O que pode causar corrimento com mau cheiro?
As causas mais comuns de corrimento com mau cheiro envolvem infecções vaginais, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), acúmulo de secreções ou objetos esquecidos na vagina. Veja abaixo as principais:
1. Vaginose bacteriana
É uma das causas mais frequentes. Ocorre quando há um desequilíbrio entre as bactérias “boas” e “ruins” da flora vaginal. O corrimento costuma ser acinzentado ou branco, com odor semelhante a “peixe podre”, especialmente após a relação sexual.
Outros sintomas:
- Coceira
- Ardência ao urinar
- Odor mais forte no período menstrual
2. Tricomoníase
DST causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. O corrimento costuma ser esverdeado ou amarelado, com mau cheiro forte e bolhas.
Outros sintomas:
- Coceira intensa
- Vermelhidão
- Dor ao urinar e nas relações sexuais
3. Gonorreia
DST bacteriana que pode causar corrimento amarelado ou esverdeado com odor desagradável. Muitas vezes é silenciosa no início, o que facilita a transmissão.
Outros sintomas:
- Dor ao urinar
- Sangramentos fora do ciclo
- Dor pélvica
4. Clamídia
Outra DST bastante comum e silenciosa, especialmente em estágios iniciais. O corrimento pode ser escasso, com odor levemente alterado.
Outros sintomas:
- Dor pélvica leve
- Sangramento pós-relação
- Infertilidade em casos não tratados
5. Objeto esquecido na vagina (absorvente interno, camisinha, etc.)
É mais comum do que parece: esquecer um absorvente interno, um pedaço de papel higiênico ou uma camisinha pode causar um forte mau cheiro em poucos dias. O corrimento é escuro, espesso e com cheiro muito desagradável.
Outros sintomas:
- Febre
- Dor pélvica
- Mal-estar
Importante: sempre consulte um ginecologista diante de alterações no corrimento. Apenas o profissional pode confirmar a causa e indicar o tratamento correto.
Corrimento com mau cheiro sem infecção: é possível?
Sim. Nem sempre o corrimento com odor forte está ligado a infecções. Outros fatores podem alterar o cheiro da secreção vaginal:
- Estresse: o aumento do cortisol pode afetar o pH vaginal e favorecer alterações no odor
- Uso de antibióticos: desequilibra a flora e pode provocar mau cheiro temporário
- Alimentação: dieta rica em açúcar e alimentos industrializados pode alterar o cheiro
- Higiene íntima inadequada: tanto a falta quanto o excesso podem causar desequilíbrios
- Alergias a sabonetes, tecidos ou protetores diários
- Alterações hormonais: como menopausa, ovulação ou uso de anticoncepcionais
- Atividades físicas intensas com roupas úmidas por longos períodos
Se não houver infecção, o ajuste de hábitos costuma normalizar o odor em poucos dias.
Como tratar o corrimento com mau cheiro?
O tratamento depende da causa. Por isso, é essencial fazer uma avaliação médica com exame ginecológico, coleta de secreção e, se necessário, exames laboratoriais.
Veja as opções mais comuns:
- Vaginose bacteriana: uso de antibióticos como metronidazol ou clindamicina, por via oral ou vaginal
- Tricomoníase: tratamento com antibióticos como metronidazol, dose única ou por alguns dias
- Gonorreia e clamídia: antibióticos específicos, com orientação médica
- Absorvente esquecido: remoção imediata e uso de antibióticos, se houver sinais de infecção
- Causas não infecciosas: ajuste de hábitos de higiene, alimentação e estilo de vida
Evite a automedicação. Usar o medicamento errado pode agravar o quadro e mascarar os sintomas.
Remédios caseiros funcionam?
Alguns remédios caseiros são usados tradicionalmente para aliviar sintomas leves, mas não substituem o tratamento médico. Podem ajudar como complemento, desde que com orientação profissional.
Exemplos:
- Banho de assento com folhas de goiabeira: tem ação adstringente e anti-inflamatória
- Chá de barbatimão: usado para aliviar coceira e reduzir inflamação
- Banho de assento com aroeira: pode ajudar no equilíbrio do pH vaginal
Não utilize receitas caseiras com alho, limão ou vinagre diretamente na região íntima. Elas podem causar irritação e piorar o problema.
Como prevenir o corrimento com mau cheiro?
Prevenção é sempre o melhor caminho. Veja as principais medidas:
- Use camisinha em todas as relações
- Evite roupas íntimas apertadas e tecidos sintéticos
- Troque o absorvente com frequência
- Não faça duchas vaginais
- Mantenha a região íntima sempre seca e ventilada
- Durma sem calcinha sempre que possível – isso ajuda a ventilar a área genital, reduz a umidade e favorece o equilíbrio da flora vaginal
- Durante o ciclo menstrual, aumente a frequência da higiene íntima – isso ajuda a evitar acúmulo de secreções e proliferação de bactérias
- Prefira sabonetes íntimos suaves, com pH equilibrado
- Evite o uso diário de protetores, pois abafam a região
- Consulte o ginecologista pelo menos uma vez ao ano
Quando procurar um médico?
Consulte um ginecologista se você perceber:
- Mau cheiro persistente
- Alteração na cor ou consistência do corrimento
- Coceira, ardência ou dor
- Sangramentos fora do período menstrual
- Corrimento após relação sexual
O diagnóstico precoce evita complicações e garante tratamento mais eficaz.
Perguntas Frequentes
1. Corrimento com mau cheiro pode atrapalhar a fertilidade?
Sim, dependendo da causa. Infecções como a Doença Inflamatória Pélvica (DIP), que podem começar com corrimentos anormais, podem afetar as trompas e dificultar a fertilização. Por isso, o tratamento precoce é fundamental.
2. É normal o corrimento com mau cheiro depois da relação sexual?
Não é considerado normal. Se o corrimento com odor forte surgir após relações sexuais, especialmente se for recorrente, pode indicar vaginose bacteriana ou infecções sexualmente transmissíveis. Um exame ginecológico é recomendado.
3. Corrimento com mau cheiro pode aparecer na gravidez?
Sim. Durante a gravidez, o corrimento vaginal tende a aumentar por causa dos hormônios. Mas se houver odor forte, mudança de cor ou sintomas associados, é importante investigar, pois pode indicar infecção.
4. Devo interromper o tratamento se menstruar?
Não. É importante continuar o tratamento conforme prescrito pelo médico, mesmo durante a menstruação, para garantir a eficácia e evitar recorrências .
O corrimento com mau cheiro pode causar insegurança e desconforto, mas é possível identificar e tratar a causa com atenção e cuidado. O mais importante é observar o corpo, buscar ajuda profissional ao notar algo diferente e manter hábitos saudáveis que favoreçam o equilíbrio da flora vaginal.
Lembre-se: sua saúde íntima merece atenção e respeito. Cuide-se com carinho e não deixe sintomas incomuns passarem despercebidos.
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Referências Científicas
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