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Candidíase Vaginal: Sintomas, Causas, Tratamento e Prevenção

Revisado por: Denise Rodrigues, enfermeira especializada em Saúde da Mulher a mais de 15 anos.

Você sente coceira ou ardência na região íntima e percebe um corrimento esbranquiçado e espesso?

Esses sintomas podem indicar a presença de uma condição bastante comum entre as mulheres: a candidíase vaginal.

Apesar de ser frequente, muitas mulheres ainda se sentem constrangidas ao falar sobre isso ou têm dúvidas sobre as causas e o tratamento adequado.

Neste artigo, você vai entender o que é candidíase vaginal, como identificar os sintomas, o que provoca essa infecção, como tratar corretamente e, principalmente, como prevenir que ela volte a acontecer.

Tudo com uma linguagem simples, acolhedora e com respaldo profissional — e sem deixar de reforçar a importância da saúde íntima da mulher.

O que é candidíase vaginal?

A candidíase vaginal é uma infecção causada principalmente pelo fungo Candida albicans, que vive naturalmente no corpo humano, inclusive na flora vaginal.

Em condições normais, esse fungo convive em equilíbrio com outras bactérias.

No entanto, quando há um desequilíbrio nessa flora — provocado por fatores internos ou externos — a Candida pode se multiplicar e causar sintomas desconfortáveis.

Essa condição não é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST), mas pode surgir após relações sexuais, principalmente se houver alteração da flora íntima.

É importante saber que, apesar de comum, a candidíase não deve ser ignorada.

Com o tratamento para candidíase vaginal certo, ela pode ser resolvida rapidamente e sem complicações.

Principais sintomas da candidíase vaginal

Os sintomas da candidíase são característicos e, na maioria das vezes, fáceis de reconhecer. Eles incluem:

  • Corrimento branco espesso, semelhante à ricota
  • Coceira intensa na vagina e vulva
  • Ardência ao urinar
  • Dor ou desconforto durante a relação sexual
  • Vermelhidão, inchaço e irritação na vulva
  • Sensação de queimação ou ardor constante

Esses sintomas podem variar de intensidade e, em casos mais leves, podem passar despercebidos.

Dica profissional: Se você apresenta esses sintomas, evite a automedicação. O ideal é procurar um(a) ginecologista para avaliação correta dos sintomas de infecção vaginal.

O que causa a candidíase vaginal?

A candidíase surge quando o ambiente vaginal sofre alguma alteração que favoreça a multiplicação do fungo. Vários fatores podem desencadear esse desequilíbrio, como:

  • Uso de antibióticos: Eles eliminam não só bactérias nocivas, mas também as boas, que equilibram a flora vaginal.
  • Gravidez: Alterações hormonais favorecem a proliferação da Candida.
  • Uso de anticoncepcionais hormonais: Alguns tipos podem alterar o pH vaginal.
  • Diabetes descompensado: A alta concentração de açúcar favorece o crescimento do fungo.
  • Sistema imunológico enfraquecido: Como em pacientes com HIV, lúpus ou em uso de imunossupressores.
  • Estresse e falta de sono: Impactam negativamente o sistema imune e o equilíbrio do organismo.
  • Higiene íntima excessiva ou com produtos inadequados: Pode eliminar as bactérias protetoras naturais.
  • Uso de roupas íntimas sintéticas ou apertadas: Aumentam o calor e a umidade na região, ambiente ideal para fungos.

Candidíase vaginal é contagiosa?

Embora não seja uma IST, a candidíase pode ser transmitida entre parceiros(as) durante o contato íntimo, principalmente se a flora vaginal estiver alterada ou o sistema imunológico estiver fragilizado.

Se um dos parceiros estiver com sintomas, o ideal é evitar relações sexuais até o fim do tratamento e, se necessário, ambos devem ser avaliados por um profissional.

Como é feito o diagnóstico da candidíase vaginal?

O diagnóstico é feito de forma simples, por meio de:

  • Avaliação dos sintomas
  • Exame clínico da região íntima
  • Exame de secreção vaginal, em alguns casos, para confirmar a presença da Candida e descartar outras infecções

O ginecologista é o profissional capacitado para realizar essa avaliação e indicar o tratamento mais seguro e eficaz.

Qual profissional procurar?

Se você apresenta sintomas como coceira, ardência, corrimento branco espesso ou dor durante o sexo, procure um(a) ginecologista.

Esse especialista poderá confirmar o diagnóstico e orientar o tratamento para candidíase vaginal adequado para o seu caso.

Tratamento da candidíase vaginal

O tratamento depende da gravidade dos sintomas e da recorrência da infecção. Os principais tipos de tratamento incluem:

1. Medicamentos antifúngicos vaginais

Podem ser usados em forma de:

  • Óvulos vaginais
  • Cremes
  • Pomadas

Geralmente são aplicados à noite, por 3 a 7 dias, dependendo da prescrição médica.

2. Medicamentos antifúngicos orais

Usados em dose única ou por alguns dias, são indicados em casos de infecção mais intensa ou recorrente.

3. Cuidados complementares

Durante o tratamento, também é importante:

  • Usar roupas íntimas de algodão
  • Evitar relações sexuais
  • Manter a região íntima arejada
  • Evitar duchas vaginais e sabonetes agressivos

Atenção: Nunca interrompa o tratamento por conta própria, mesmo que os sintomas melhorem antes do término.

Candidíase vaginal tem cura?

Sim, a candidíase tem cura e, na maioria dos casos, responde bem ao tratamento com antifúngicos. No entanto, é essencial tratar a causa para evitar que ela volte a aparecer.

Nos casos de candidíase de repetição (mais de 4 episódios por ano), o ginecologista pode indicar um tratamento prolongado ou de manutenção, além de investigar possíveis causas associadas.

Banho de assento funciona para candidíase?

O banho de assento pode ser usado como uma medida complementar, ajudando a aliviar sintomas como coceira e ardência.

Ingredientes como bicarbonato de sódio ou chá de camomila podem ter ação calmante. No entanto:

Muito importante: Banho de assento não substitui o tratamento médico. Ele não elimina o fungo causador da infecção.

Como prevenir a candidíase vaginal?

Alguns hábitos simples podem ajudar a manter a saúde íntima e evitar a candidíase:

  • Use calcinhas de algodão
  • Evite roupas íntimas apertadas ou molhadas por muito tempo
  • Durma sem calcinha para permitir ventilação da área
  • Mantenha a higiene íntima com água e sabonetes suaves (de preferência, neutros ou íntimos com pH equilibrado)
  • Evite duchas vaginais
  • Modere o consumo de açúcar e alimentos ultraprocessados
  • Controle doenças como o diabetes
  • Tenha uma rotina saudável de sono, alimentação e controle do estresse

Leia também:

Prevenção de infecções vaginais

Quando a candidíase pode ser preocupante?

Algumas situações merecem atenção especial, como:

  • Candidíase de repetição
  • Gravidez
  • Sintomas que não melhoram com o tratamento
  • Imunidade baixa
  • Corrimentos com odor forte, sangramento ou coloração incomum

Nesses casos, é fundamental procurar um profissional para diagnóstico correto e tratamento adequado.

Perguntas Frequentes

1. Candidíase vaginal passa sozinha?

Em alguns casos muito leves, pode haver melhora espontânea. No entanto, o ideal é sempre procurar orientação médica para evitar complicações e recorrências.

2. Candidíase pode afetar a fertilidade?

Não diretamente. Mas, quando não tratada corretamente, pode levar a inflamações e desconfortos que interferem na vida sexual e reprodutiva.

3. Quem tem candidíase pode ter relação sexual?

Durante a crise, o ideal é evitar relações sexuais para não piorar os sintomas e não transmitir o fungo ao parceiro.

4. É normal ter candidíase após o uso de antibióticos?

Sim. Antibióticos podem alterar a flora vaginal, favorecendo a multiplicação da Candida. Em caso de sintomas, procure um ginecologista.

5. Candidíase pode voltar mesmo após o tratamento?

Sim. Por isso, é essencial tratar corretamente e adotar medidas de prevenção no dia a dia.

A candidíase vaginal é uma condição comum, mas que pode causar bastante incômodo. Com informação de qualidade, tratamento adequado e hábitos saudáveis, é possível superar esse problema e manter a saúde íntima em equilíbrio.

Se você está enfrentando os sintomas da candidíase, não tenha vergonha: procure um ginecologista de confiança. Seu bem-estar íntimo merece atenção e cuidado.

Leia também:

O que é corrimento vaginal normal? Diferenças entre secreções naturais e patológicas

Referências Científicas

  • Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Candidíase vulvovaginal (CVV) Disponível em: https://www.cdc.gov/std/treatment-guidelines/candidiasis.htm
  • Ministério da Saúde – Brasil. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT). Biblioteca Virtual em Saúde – BVS. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br