Corrimento: Guia Completo dos Tipos, Cores e Quando se Preocupar

O que é Tricomoníase? Descubra Causas, Sinais e Tratamento

Revisado por: Denise Rodrigues, enfermeira especializada em Saúde da Mulher a mais de 15 anos.

A tricomoníase é uma infecção sexualmente transmissível (IST) comum, mas pouco falada.

Causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, essa infecção pode atingir tanto homens quanto mulheres, sendo mais frequente no público feminino.

Apesar de muitas vezes ser assintomática, quando não tratada, pode trazer complicações sérias para a saúde íntima.

Neste artigo, você vai entender tudo sobre os sintomas, formas de transmissão, diagnóstico, tratamento e prevenção da tricomoníase.

O que é tricomoníase e por que ela preocupa tanto?

A tricomoníase é uma IST causada por um parasita protozoário que se instala principalmente na vagina, uretra ou bexiga.

Por ser uma infecção que muitas vezes não apresenta sintomas, pode passar despercebida, facilitando sua transmissão e dificultando o diagnóstico precoce.

Ela preocupa especialmente porque, além do desconforto íntimo, aumenta o risco de transmissão do HIV, pode causar parto prematuro em gestantes e complicações no trato urinário.

Quais são os principais sintomas da tricomoníase?

Sintomas da tricomoníase na mulher
  • Corrimento amarelado, esverdeado ou acinzentado
  • Odor vaginal forte e desagradável, semelhante a peixe
  • Coceira, ardência e irritação na região íntima
  • Dor ou desconforto durante a relação sexual
  • Dor ao urinar

Sintomas da tricomoníase no homem
  • Secreção espumosa branca saindo do pênis
  • Ardência ao urinar ou após a ejaculação
  • Coceira ou irritação na ponta do pênis
  • Vermelhidão ou inflamação

Quando os sintomas ocorrem, eles tendem a aparecer de cinco a 28 dias após a exposição. Os sintomas são mais comuns em mulheres.

Como diferenciar tricomoníase de outras ISTs?

A tricomoníase pode ser confundida com candidíase ou vaginose bacteriana.

No entanto, o cheiro forte e o corrimento amarelado-esverdeado são sinais característicos.

O diagnóstico clínico deve ser confirmado por exames laboratoriais.

Corrimento na tricomoníase: como identificar pelas características?

O corrimento causado pela tricomoníase possui características específicas que ajudam na diferenciação em relação a outras infecções vaginais. Em geral, ele apresenta:

  • Cor amarelada, esverdeada ou acinzentada: esse tom incomum é um dos principais sinais que levantam suspeita para tricomoníase.
  • Aspecto espumoso ou borbulhante: a presença de bolhas no corrimento é uma das marcas mais características da infecção.
  • Odor desagradável: o cheiro pode ser forte e semelhante a “peixe”, embora esse sintoma também possa ocorrer na vaginose bacteriana.
  • Volume aumentado: muitas mulheres relatam aumento perceptível na quantidade de secreção.
  • Irritação vaginal: o corrimento pode vir acompanhado de coceira intensa, ardência, vermelhidão e desconforto ao urinar ou durante a relação sexual.

Vale destacar que algumas pessoas infectadas por tricomoníase — especialmente homens — podem não apresentar sintomas, o que facilita a transmissão da doença sem diagnóstico imediato.

Por isso, ao notar alterações no corrimento, é fundamental buscar avaliação médica para um diagnóstico preciso e tratamento adequado.

Qual o cheiro do corrimento da tricomoníase?

O odor é um dos sinais mais marcantes. Muitas mulheres relatam um cheiro semelhante a peixe podre, especialmente após o contato com sêmen durante relações sexuais.

Tricomoníase causa corrimento amarelo ou esverdeado?

Sim, e essa coloração, aliada a corrimento espesso, fino ou espumoso e ao mau cheiro, é sugestiva da infecção por Trichomonas vaginalis.

Como a tricomoníase é transmitida?

A tricomoníase é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis.

A principal forma de transmissão é por meio de relações sexuais desprotegidas, sejam elas vaginais, orais ou anais, com uma pessoa infectada.

O protozoário se aloja nas mucosas genitais e pode ser transmitido mesmo na ausência de sintomas, o que torna a infecção silenciosa e de fácil propagação.

Tanto homens quanto mulheres podem contrair e transmitir a doença.

Principais formas de contágio:
  • Sexo vaginal sem preservativo (principal via de transmissão)
  • Compartilhamento de brinquedos sexuais sem higienização adequada
  • Raramente, por contato com roupas íntimas úmidas, toalhas ou assentos contaminados — embora essa forma seja pouco comum, o parasita pode sobreviver por curto período em ambientes úmidos

A melhor forma de prevenção é o uso regular de preservativo em todas as relações e a realização de exames ginecológicos de rotina, que ajudam a identificar infecções silenciosas e evitam complicações futuras.

É possível pegar tricomoníase sem ter relação sexual?

Embora a principal forma de transmissão seja o contato sexual desprotegido, há relatos de contaminação por uso compartilhado de objetos íntimos, toalhas ou roupas íntimas. No entanto, esse tipo de transmissão é raro.

Roupas íntimas, toalhas e vasos: risco real ou mito?

É mito. O protozoário sobrevive pouco tempo fora do corpo humano. A transmissão sexual é a via predominante.

Quando suspeitar de tricomoníase? Sinais de alerta importantes

Se você notar alteração no corrimento, odor forte, coceira persistente ou dor ao urinar ou na relação, procure um serviço de saúde. Quanto mais cedo o tratamento iniciar, menores os riscos de complicações.

Diagnóstico da tricomoníase: quais exames fazer?

Teste rápido para tricomoníase: funciona mesmo?

Existem testes rápidos com boa sensibilidade e especificidade. Contudo, o exame laboratorial de cultura ou PCR ainda é o mais preciso.

Tricomoníase aparece no papanicolau?

O papanicolau pode levantar a suspeita da infecção, mas não é o exame mais indicado para diagnóstico. Exames específicos são necessários para confirmação.

Qual é o tratamento mais eficaz para a tricomoníase?

Metronidazol: como tomar e efeitos colaterais

O tratamento padrão é feito com metronidazol oral, em dose única ou por sete dias. Os efeitos colaterais mais comuns incluem náuseas, gosto metálico na boca e dor de cabeça.

Você deve tomar metronidazol com alimentos e evitar beber álcool por 24 a 72 horas após tomar os medicamentos.

Pomada para tricomoníase: quando é indicada?

Pomadas com metronidazol podem ser utilizadas como complemento ao tratamento oral, mas não substituem o uso do medicamento sistêmico.

Tricomoníase pode voltar mesmo após o tratamento?

Sim. A reinfecção é comum, principalmente se o(a) parceiro(a) não for tratado(a) simultaneamente.

Remédio caseiro para tricomoníase funciona?

Não há evidências científicas de que remédios caseiros sejam eficazes contra a tricomoníase. O uso de soluções naturais pode até piorar a infecção ou mascarar os sintomas.

A tricomoníase tem cura? E sequelas?

Sim, a tricomoníase tem cura. Com o tratamento correto, o protozoário é eliminado. Porém, quando não tratada, pode causar:

  • Inflamações pélvicas
  • Maior risco de contrair outras ISTs e HIV
  • Parto prematuro e baixo peso ao nascer em gestantes

Tricomoníase na gravidez: riscos e cuidados especiais

Durante a gravidez, a tricomoníase pode levar a complicações como:

  • Ruptura prematura da bolsa
  • Infecções uterinas
  • Baixo peso do bebê O tratamento deve ser feito com orientação médica, pois o metronidazol é considerado seguro para gestantes.

Como prevenir a tricomoníase e outras ISTs?

A prevenção da tricomoníase e de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) depende de cuidados simples, mas que fazem toda a diferença na saúde íntima.

Adotar práticas seguras nas relações sexuais e manter uma rotina de cuidados com o corpo são as melhores formas de proteção.

Principais formas de prevenção:
  • Uso de preservativo em todas as relações
    A camisinha é a forma mais eficaz de evitar a transmissão da tricomoníase e outras ISTs. Deve ser usada tanto em relações vaginais quanto anais e orais.
  • Evitar o compartilhamento de objetos íntimos
    Brinquedos sexuais devem ser usados com proteção ou higienizados corretamente antes do uso, especialmente se forem compartilhados entre parceiros.
  • Realizar exames de rotina
    Consultas ginecológicas regulares e exames laboratoriais são fundamentais para identificar infecções silenciosas e garantir o diagnóstico precoce.
  • Conversa aberta com o(a) parceiro(a)
    Ter um diálogo claro sobre saúde sexual, histórico de ISTs e realização de exames ajuda a criar uma relação de confiança e proteção mútua.
  • Higiene íntima adequada
    Evite duchas vaginais e produtos perfumados que alteram o pH da região íntima. Um ambiente vaginal equilibrado ajuda a prevenir infecções.
  • Evitar múltiplos parceiros sem proteção
    Ter relações com múltiplos parceiros sem o uso de preservativo aumenta consideravelmente o risco de contrair ISTs, incluindo a tricomoníase.

Essas medidas não apenas previnem a tricomoníase, como também protegem contra outras infecções como clamídia, gonorreia, sífilis e HIV.

Cuidar da saúde íntima é um gesto de autocuidado e responsabilidade com o próprio corpo e com os(as) parceiros(as).

A camisinha protege contra a tricomoníase?

Sim, o uso correto da camisinha masculina ou feminina reduz significativamente o risco de transmissão da tricomoníase e de outras ISTs.

Higiene íntima influencia na prevenção?

Uma boa higiene íntima ajuda na saúde vaginal, mas não previne diretamente a tricomoníase, que é transmitida por contato sexual.

O que fazer se o tratamento não funcionar?

Se os sintomas persistirem após o tratamento, o médico pode investigar resistência ao medicamento, erro na administração ou reinfecção.

Em alguns casos, o uso de outros medicamentos como tinidazol pode ser indicado.

Quanto tempo leva para a tricomoníase desaparecer?

Com o tratamento adequado, os sintomas começam a melhorar em 24 a 48 horas. A cura completa ocorre, em média, em até 7 dias.

Tricomoníase em homens: sintomas, tratamento e riscos

Muitos homens são assintomáticos, o que favorece a transmissão. Quando os sintomas aparecem, incluem:

  • Corrimento uretral
  • Ardência ao urinar
  • Coceira ou vermelhidão no pênis O tratamento também é feito com metronidazol oral.

Perguntas frequentes sobre a tricomoníase

Tricomoníase é perigosa?
Se não tratada, pode causar complicações na gravidez, infertilidade e aumentar o risco de contrair outras ISTs.

Quem teve tricomoníase uma vez pode pegar de novo?
Sim. A infecção não gera imunidade duradoura.

Tricomoníase tem vacina?
Não. A prevenção se dá pelo uso de preservativos e cuidados com a saúde sexual.

Homem pode pegar tricomoníase no banheiro?
É extremamente improvável. A transmissão ocorre principalmente por contato sexual.

A tricomoníase pode desaparecer sozinha?

Não, a tricomoníase não desaparece sozinha. Você precisa de um antibiótico para tratar a infecção.

A tricomoníase é um tipo de clamídia?

Não. Tricomoníase e clamídia são duas infecções diferentes. Uma bactéria causa a clamídia, enquanto um parasita causa a tricomoníase.

Posso ter tricomoníase mas não sentir nada?

Sim. Muitas pessoas, especialmente mulheres, podem estar infectadas e não apresentar sintomas.

Se eu tiver com tricomoníase mas sem nenhum sintoma, posso transmitir?

Sim. Mesmo sem sintomas, a tricomoníase pode ser transmitida durante relações sexuais.

Posso estar com tricomoníase e vaginose bacteriana ao mesmo tempo?

Sim. As duas infecções podem coexistir, causando sintomas semelhantes como corrimento com odor, coceira e desconforto vaginal.

A tricomoníase é uma infecção sexualmente transmissível comum, mas que muitas vezes passa despercebida por apresentar sintomas leves ou até ausentes, especialmente nas mulheres.

Apesar disso, quando não tratada, pode causar complicações, como inflamações no trato reprodutivo e maior risco de outras infecções.

A boa notícia é que ela tem cura e o tratamento é simples e eficaz, principalmente quando iniciado precocemente.

A melhor forma de se proteger é manter o uso de preservativos, fazer exames regularmente e manter um diálogo aberto com parceiros e profissionais de saúde.

Se você identificou algum sintoma ou teve contato com alguém diagnosticado, não hesite em procurar atendimento médico.

Cuidar da sua saúde íntima é um ato de amor-próprio. Informar-se é o primeiro passo para prevenir, tratar e viver com mais tranquilidade.

Referências:

  • Ministério da Saúde – Brasil
  • CDC – Centers for Disease Control and Prevention
  • Organização Mundial da Saúde