O corrimento vaginal é algo natural e faz parte da rotina de muitas mulheres, servindo como um mecanismo de defesa para manter a saúde da região vaginal.
No entanto, quando ele se apresenta de maneira diferente ou com características incomuns, pode ser um sinal de que algo não está bem.
O corrimento branco pastoso, por exemplo, pode estar relacionado a alterações hormonais, infecções ou outros fatores de saúde.
Neste artigo, vamos explorar os 10 sinais de que seu corrimento branco pastoso durante o ciclo menstrual pode não ser normal e o que você deve fazer a respeito. Acompanhe!
1. Odor Forte ou Desagradável
Um dos sinais mais claros de que o corrimento branco pastoso pode não estar normal é a presença de um odor forte e desagradável.
O corrimento vaginal saudável geralmente não tem cheiro ou tem um odor leve. Quando ele começa a ter um cheiro forte, especialmente se for semelhante a peixe ou a um odor ácido, isso pode indicar infecções como a vaginose bacteriana ou tricomoníase.
Essas condições alteram o equilíbrio da flora vaginal, favorecendo o crescimento de bactérias ou parasitas que produzem odores fortes.
Nota Importante: O odor forte mencionado aqui é o que ocorre logo após a higiene íntima, após o banho.
Caso o odor seja notado após um longo período de uso de roupas apertadas ou após o dia de trabalho, a causa pode estar relacionada ao acúmulo de suor e bactérias, e não necessariamente a uma infecção.
O que fazer:
Se notar um cheiro anormal, procure um ginecologista para um diagnóstico adequado. O tratamento pode envolver antibióticos ou outros medicamentos, dependendo da causa do odor.
2. Cor Incomum
O corrimento vaginal saudável geralmente é transparente ou branco. Algumas vezes, o corrimento claro ou transparente pode ficar amarelado ao entrar em contato com a calcinha ao longo do dia, mas isso não é motivo de alarme.
O problema é notar a cor amarela ou esverdeada no momento em que o corrimento desce, indicando coloração alterada. Nesse caso, pode ser sinal de infecção bacteriana ou até de uma infecção sexualmente transmissível (IST).
O que fazer:
É fundamental consultar um médico para confirmar a causa da alteração da cor e iniciar o tratamento adequado, que pode variar de antifúngicos a antibióticos.
3. Coceira Intensa na Região Vaginal
A coceira intensa é um sintoma desconfortável que pode vir acompanhado do corrimento branco pastoso, especialmente se você estiver lidando com uma infecção fúngica como a candidíase.
A candidíase vaginal é uma infecção comum que causa sintomas como coceira, ardência e corrimento espesso e branco.
A coceira ocorre porque a presença do fungo altera o pH da região vaginal, desencadeando uma resposta do sistema imunológico.
O que fazer:
A coceira intensa deve ser investigada por um médico, pois ela é um sinal de inflamação na área vaginal.
O tratamento para candidíase envolve o uso de medicamentos antifúngicos, que podem ser aplicados de forma tópica ou via oral.
Para alívio momentâneo do sintoma, um banho de assento com chá de camomila frio pode ajudar a acalmar a irritação e reduzir a coceira até o início do tratamento definitivo.
4. Dor ao Urinar
Se você está experimentando dor ao urinar, junto com o corrimento branco pastoso, isso pode ser indicativo de uma infecção urinária ou de uma infecção vaginal como a candidíase.
Embora a dor ao urinar não seja exclusiva de uma condição específica, quando combinada com outros sintomas, como o corrimento, pode indicar a presença de uma infecção mais séria.
O que fazer:
É importante buscar a orientação de um médico para determinar se a dor ao urinar está relacionada a uma infecção vaginal ou urinária.
O tratamento pode envolver antibióticos ou antifúngicos, dependendo da causa da dor.
5. Dor Durante o Sexo
A dor durante a relação sexual é outro sintoma que pode ocorrer juntamente com o corrimento branco pastoso, e pode ser causada por várias razões.
Uma das causas mais comuns é a vaginite, uma inflamação da vagina geralmente causada por infecções, como candidíase ou vaginose bacteriana.
Além disso, a dor durante o sexo também pode estar relacionada a alterações hormonais, que podem ocorrer durante o ciclo menstrual.
O que fazer:
Se a dor durante o sexo se tornar frequente, consulte um ginecologista para investigar a causa. O tratamento pode envolver antibióticos ou antifúngicos, além de ajustes no uso de anticoncepcionais ou outros medicamentos.
6. Sangramento Fora do Ciclo Menstrual
É comum que as mulheres apresentem algum tipo de sangramento entre os períodos menstruais, mas quando isso acontece junto com o corrimento branco pastoso, pode ser motivo de preocupação.
O sangramento fora do ciclo menstrual, combinado com o corrimento incomum, pode ser um sinal de distúrbios hormonais, miomas, pólipos ou até câncer cervical.
Embora a maioria desses casos seja benigna, é importante não ignorar o sintoma.
O que fazer:
Se você estiver tendo sangramentos fora do período menstrual, é essencial procurar um médico para realizar exames e diagnóstico adequado.
A causa pode ser facilmente tratada na maioria dos casos, mas o diagnóstico precoce é fundamental.
7. Início Repentino de Corrimento Pastoso Após Uso de Antibióticos
O uso de antibióticos pode alterar a flora vaginal e causar o crescimento excessivo de fungos, levando à candidíase.
Se você começou a perceber um corrimento branco pastoso após o uso de antibióticos, isso pode ser uma indicação de que o equilíbrio bacteriano foi prejudicado, favorecendo o crescimento de fungos.
O que fazer:
Caso esse sintoma apareça após o uso de antibióticos, procure um médico para discutir o tratamento com antifúngicos.
O uso de antibióticos pode alterar o equilíbrio da flora vaginal, favorecendo o crescimento de fungos como a Candida albicans.
Além do tratamento com antifúngicos, o uso de probióticos orais (como cápsulas de Lactobacillus) ou probióticos vaginais (em forma de supositórios) pode ser uma boa estratégia para restaurar a flora vaginal e prevenir infecções futuras.
Uma alternativa caseira pode ser aplicar uma pequena quantidade de iogurte natural na área vaginal externa (nunca de forma interna) para ajudar a aliviar a irritação e restaurar a flora vaginal.
O iogurte contém lactobacilos, que são essenciais para combater o crescimento excessivo de fungos.
8. Corrimento Persistente e Constante
Embora o corrimento vaginal seja natural, um corrimento branco pastoso que persiste por vários dias ou semanas pode ser um sinal de que algo não está certo.
O corrimento que não desaparece, ou que continua com características anormais, pode indicar uma infecção persistente ou outro problema de saúde que precisa de avaliação médica.
O que fazer:
Se o corrimento não desaparecer após alguns dias ou se piorar, consulte um ginecologista para uma avaliação detalhada. Isso pode envolver exames para descartar infecções e outras condições de saúde.
9. Aumento de Volume do Corrimento
Embora a quantidade de corrimento possa variar ao longo do ciclo menstrual, um aumento repentino e substancial no volume de corrimento branco pastoso pode ser um sinal de que algo está alterado.
Se o aumento for acompanhado de outros sintomas como dor, coceira ou ardência, isso é ainda mais preocupante.
O que fazer:
O aumento do volume de corrimento deve ser investigado, pois pode ser um sinal de uma infecção ou desequilíbrio hormonal.
O médico pode recomendar exames de laboratório para identificar a causa exata e indicar o tratamento necessário.
10. Sensação de Queimação ou Irritação na Região Vaginal
A sensação de queimação ou irritação na região vaginal, associada ao corrimento branco pastoso, geralmente é um indicativo de infecção, como a candidíase.
Essa sensação ocorre devido à inflamação causada pelo fungo ou bactéria, que altera o pH da vagina e causa desconforto.
O que fazer:
Se você sentir queimação ou irritação, é importante buscar ajuda médica para confirmar se é uma infecção e iniciar o tratamento adequado.
O tratamento geralmente envolve medicamentos antifúngicos ou antibióticos, dependendo da causa da inflamação.
Dica: O óleo de coco possui propriedades antifúngicas e pode ser usado topicamente para ajudar a aliviar a coceira e irritação na área vaginal externa.
Aplique uma pequena quantidade de óleo de coco na região afetada e massageie suavemente. O óleo ajuda a hidratar a área e possui ação antimicrobiana contra os fungos.
O ciclo menstrual da mulher causa variações naturais no corrimento vaginal.
Cada fase do ciclo tem uma secreção específica que serve a uma função particular, e entender essas mudanças é importante para saber quando o corrimento branco pastoso está dentro do esperado e quando algo pode estar errado.
Durante a fase folicular (dias 1–13), o corrimento é escasso e levemente leitoso, servindo como uma forma de limpeza pós-menstrual.
Durante a ovulação (dia 14), o corrimento se torna mais elástico e transparente, o que facilita a mobilidade dos espermatozoides.
Finalmente, na fase lútea (dias 15–28), o corrimento se torna branco, cremoso ou pastoso, com a função de proteger o endométrio e preparar o corpo para uma possível gestação.
Embora o corrimento vaginal seja normal e essencial para a saúde vaginal, qualquer alteração nas suas características, como cor, odor, quantidade ou a presença de sintomas associados, pode ser um sinal de que algo não está bem.
A presença de corrimento branco pastoso durante o ciclo menstrual, se acompanhada de dor, coceira, alteração de cor ou odor, pode indicar uma infecção ou desequilíbrio hormonal que precisa ser tratado.
Se você estiver experimentando qualquer um dos sinais mencionados, é fundamental procurar a orientação de um ginecologista. O diagnóstico precoce é essencial para prevenir complicações e garantir a sua saúde íntima.
Fontes
- Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Vaginal Candidiasis – Diagnosis and Treatment. 2023.
- Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Manual de Diretrizes Clínicas: Infecções Vaginais. 2022.
- SOBRAL, L. V. et al. “Revisão Sistemática: Corrimento Vaginal e Ciclo Menstrual.” Revista Brasileira de Obstetrícia & Ginecologia, 2021.
- MARTINS, H. P.; BARROSO, L. F. “Infecções Vaginais: Diagnóstico e Prevenção.” Revista de Saúde da Mulher, 2020.