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Imunoterapia para Candidíase Recorrente vira Nova Aposta Médica

Revisado por: Denise Rodrigues, enfermeira especializada em Saúde da Mulher a mais de 15 anos.

A candidíase vaginal é um problema que afeta milhões de mulheres no mundo todos os anos.

Quando ela se torna frequente, voltando quatro ou mais vezes no mesmo ano, passa a ser chamada de candidíase recorrente — uma condição que pode afetar profundamente o bem-estar físico, emocional e sexual da mulher.

É aí que entra a imunoterapia, um tratamento que tem ganhado destaque como uma abordagem inovadora e promissora para lidar com esse problema.

Leia também: Candidíase Recorrente: por que ela volta e o que fazer para parar

O que é a candidíase recorrente?

A candidíase recorrente é caracterizada pela repetição de infecções causadas pelo fungo Candida albicans, geralmente mais de três vezes ao ano.

Esses episódios frequentes podem ocorrer mesmo após tratamentos com antifúngicos tradicionais.

A recorrência da infecção geralmente está relacionada a fatores como uso prolongado de antibióticos, estresse, baixa imunidade, alterações hormonais e até o uso de roupas íntimas apertadas ou abafadas.

Para muitas mulheres, essas infecções acabam impactando negativamente a autoestima, a vida sexual e até o desempenho no trabalho.

Por que os tratamentos convencionais nem sempre funcionam?

Apesar dos antifúngicos em creme ou via oral serem eficazes na maioria dos casos, muitas mulheres que sofrem com candidíase recorrente percebem que os sintomas sempre voltam.

Isso ocorre porque os medicamentos combatem o fungo momentaneamente, mas não resolvem a raiz do problema: o desequilíbrio do sistema imunológico.

Além disso, o uso repetido de antifúngicos pode levar à resistência do fungo, tornando o tratamento cada vez menos eficaz. É por isso que a imunoterapia surge como uma nova esperança.

Imunoterapia para candidíase: o que é e como funciona?

A imunoterapia é um tipo de tratamento que tem como foco fortalecer e reeducar o sistema imunológico, ajudando o corpo a reconhecer e combater o fungo de forma mais eficaz e duradoura.

Em vez de apenas eliminar a Candida albicans temporariamente, a imunoterapia busca impedir que ela cause infecções repetidas.

Esse tratamento é feito com doses controladas de extratos do próprio fungo, aplicadas por via sublingual (gotas) ou injetável.

O objetivo é “ensinar” o sistema imunológico a identificar e neutralizar o agente causador, evitando novas infecções.

Por que a imunoterapia está ganhando destaque?

Nos últimos anos, a imunoterapia para candidíase recorrente começou a ser estudada com mais profundidade, especialmente na Europa e no Brasil.

Os resultados preliminares são animadores: muitas mulheres relatam melhora significativa, com redução ou desaparecimento das crises de candidíase em poucos meses.

Além da eficácia, outro fator que chama atenção é a segurança do tratamento. Por ser feito com doses muito pequenas do agente causador, a imunoterapia apresenta baixíssimo risco de efeitos colaterais.

É uma alternativa viável para quem não quer depender para sempre de medicamentos antifúngicos.

Quem pode se beneficiar da imunoterapia?

A imunoterapia é indicada especialmente para mulheres que sofrem com candidíase de repetição e que já passaram por diversos tratamentos sem sucesso.

Também pode ser uma alternativa interessante para quem apresenta reações adversas a antifúngicos ou que deseja uma abordagem mais natural e preventiva.

É importante lembrar que a avaliação médica é fundamental. Somente uma profissional de saúde poderá indicar se a imunoterapia é adequada para cada caso, com base no histórico clínico, nos exames e na frequência das crises.

Como é feito o diagnóstico da candidíase recorrente?

O diagnóstico da candidíase recorrente é feito com base nos sintomas e na recorrência dos episódios.

Coceira intensa, vermelhidão, ardência ao urinar e corrimento branco espesso, semelhante a leite coalhado, são os principais sinais.

Exames laboratoriais, como a cultura vaginal e o exame de lâmina, ajudam a confirmar a presença da Candida e a descartar outras causas de infecção vaginal, como vaginose bacteriana ou tricomoníase.

Esses testes também são úteis para avaliar se há resistência do fungo aos medicamentos.

Qual a duração e o custo do tratamento com imunoterapia?

O tratamento com imunoterapia para candidíase pode durar entre 6 meses e 1 ano, dependendo da resposta individual do organismo.

Durante esse período, a paciente pode continuar utilizando medidas complementares, como probióticos, alimentação anti-inflamatória e cuidados com a higiene íntima.

Quanto ao custo, ele pode variar de acordo com a clínica, a forma de aplicação (sublingual ou injetável) e a região do país.

No entanto, muitos especialistas consideram o investimento compensador, já que reduz a dependência de medicamentos contínuos e melhora significativamente a qualidade de vida.

Como a saúde íntima e a imunidade estão conectadas?

O equilíbrio da flora vaginal depende diretamente da saúde do sistema imunológico.

Quando as defesas naturais do organismo estão comprometidas, seja por estresse, alimentação pobre em nutrientes ou uso excessivo de medicamentos, o ambiente vaginal se torna mais propício ao crescimento do fungo.

Por isso, além da imunoterapia, é essencial adotar um estilo de vida que fortaleça o sistema imune.

Alimentação rica em fibras, frutas, vegetais e alimentos fermentados como iogurte e kefir são grandes aliados da flora vaginal saudável.

Cuidados adicionais para prevenir a candidíase

Mesmo com o tratamento, é fundamental manter hábitos saudáveis para evitar novas crises. Entre os principais cuidados, destacam-se:

  • Usar roupas íntimas de algodão e evitar tecidos sintéticos.
  • Dormir sem calcinha, sempre que possível, para permitir ventilação da região.
  • Evitar o uso  de duchas vaginais e sabonetes agressivos.
  • Controlar o uso de antibióticos, sempre com prescrição médica.
  • Reduzir o consumo de açúcar, que alimenta o crescimento da Candida.

Essas medidas ajudam a manter o ambiente vaginal equilibrado e livre de infecções.

Perguntas Frequentes

1. A imunoterapia para candidíase recorrente é segura durante a amamentação?
Segundo especialistas, a imunoterapia sublingual utiliza doses mínimas do extrato fúngico e não há evidências de risco para o bebê. Ainda assim, é fundamental discutir a opção com o ginecologista e o pediatra antes de iniciar o tratamento.

2. Quantas doses de imunoterapia são necessárias para notar melhora?
Em geral, pacientes relatam redução de crises após 2 a 4 meses de tratamento contínuo. O protocolo padrão varia de 6 a 12 meses, conforme resposta individual e avaliação médica.

3. Imunoterapia pode interagir com outros medicamentos?
Não há relatos de interações significativas com medicamentos comuns. Contudo, informe ao seu médico todas as substâncias que você utiliza para garantir segurança e ajustar doses se necessário.

4. É possível receber imunoterapia via injeção em vez de gotas sublinguais?
Sim. Embora o uso sublingual seja mais frequente, alguns protocolos europeus contemplam aplicações injetáveis, especialmente em casos de resposta lenta ao tratamento oral.

5. Pacientes com alergias têm contraindicação à imunoterapia?
Casos de alergia grave a componentes do extrato fúngico devem ser avaliados individualmente. Testes de sensibilidade pré-tratamento ajudam a identificar contraindicados.

Uma nova esperança para muitas mulheres

A candidíase recorrente é uma condição que impacta muito mais do que a saúde íntima: ela afeta a autoconfiança, os relacionamentos e até a produtividade no dia a dia.

Por isso, é tão importante conhecer novas possibilidades de tratamento, como a imunoterapia.

Essa abordagem inovadora representa um avanço promissor no cuidado da mulher, indo além do alívio dos sintomas para tratar a raiz do problema.

Com acompanhamento médico e mudanças no estilo de vida, é possível recuperar a saúde vaginal e viver com mais conforto, liberdade e bem-estar.

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Fontes:

Donders et al. (2022) review expert opinions on managing recurrent vulvovaginal candidosis. Read more: https://doi.org/10.3389/fcimb.2022.934353

NOGUEIRA, M. C.; et al. Imunoterapia específica no tratamento da candidíase recorrente: uma revisão integrativa. Saúde e Ciência Online, v. 10, n. 2, 2022.

CDC – Centers for Disease Control and Prevention. Candidiasis – Vaginal.