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15 Hábitos para Manter a Saúde Vaginal em Dia

Revisado por: Denise Rodrigues, enfermeira especializada em Saúde da Mulher a mais de 15 anos.

A saúde íntima da mulher vai muito além do uso de sabonetes específicos ou visitas periódicas ao ginecologista.

O equilíbrio da flora vaginal depende de um conjunto de práticas cotidianas, muitas vezes negligenciadas, mas que fazem toda a diferença na prevenção de infecções, desconfortos e desequilíbrios.

Abaixo, listamos 15 hábitos reais, eficazes e validados por profissionais de saúde para manter sua saúde vaginal em dia — alguns deles talvez nunca tenham passado pela sua cabeça.

1. Respire melhor por roupas íntimas naturais e folgadas

Evite tecidos sintéticos que abafam a região genital. O ideal é o uso de calcinhas 100% algodão e peças que não fiquem excessivamente justas, principalmente durante longos períodos, como o trabalho ou o sono.

A ventilação natural ajuda a evitar o crescimento excessivo de fungos.

DICA BÔNUS:  Lave as roupas com sabão neutro. Evite lavar roupas com sabonetes e amaciantes fortes. Troque suas roupas íntimas anualmente, ou com mais frequência se você as usa para exercícios.

Mesmo lavadas cuidadosamente, a bactéria E. coli pode viver nas fibras, assim como células mortas da pele da região da virilha, o que pode causar infecções, infecções urinárias e irritação da vulva ou vaginal.

2. Mantenha a higiene íntima apenas com água e sabonete neutro

Sabonetes com perfume, corante ou pH inadequado podem desequilibrar a flora vaginal.

O ideal é higienizar a vulva (parte externa) com água morna e um sabonete neutro ou específico para a região íntima, sem exageros. Evite lavar a parte interna da vagina, que é autolimpante.

3. Não use duchas vaginais internas

Elas removem as bactérias boas que protegem contra infecções.

O uso interno de duchas não é recomendado, a não ser quando prescrito por um profissional de saúde, em situações específicas. Fora isso, é mais prejudicial do que benéfico.

4. Seque bem a região íntima após o banho

A umidade constante favorece o crescimento de fungos, como o da candidíase.

Use uma toalha limpa e seca para enxugar a vulva, com delicadeza, após o banho, após exercícios físicos ou qualquer atividade que gere suor excessivo.

5. Evite absorventes diários com frequência

Apesar de parecerem inofensivos, os absorventes diários abafam a região íntima e podem alterar a flora local. Se o uso for necessário, opte por versões sem perfume e respiráveis, e nunca use o mesmo por muitas horas.

6. Durma sem calcinha (ou com tecidos bem leves)

Durante o sono, a região íntima fica abafada por horas. Um hábito simples como dormir sem calcinha — ou com uma de tecido leve e soltinho, tipo short de algodão — permite que a área respire melhor, evitando calor, umidade e proliferação de micro-organismos.

7. Urine após a relação sexual

Urinar logo após o sexo ajuda a eliminar bactérias que podem ter entrado pela uretra, reduzindo o risco de infecção urinária.

Além disso, manter uma boa hidratação auxilia nesse processo natural de limpeza.

8. Hidrate-se bem: a saúde vaginal começa na água

Beber água em quantidade adequada ajuda o corpo a eliminar toxinas e manter os tecidos hidratados, inclusive os da mucosa vaginal. A desidratação pode causar ressecamento e desconforto íntimo.

9. Tenha uma alimentação amiga da flora vaginal

O consumo regular de alimentos probióticos (como iogurtes naturais, kefir e kombucha) e prebióticos (fibras como banana verde, aveia, alho e cebola) favorece o equilíbrio da microbiota intestinal e vaginal.

O intestino e a vagina se comunicam mais do que você imagina.

10. Evite o excesso de açúcar e carboidratos refinados

O açúcar em excesso alimenta fungos como a Candida albicans, aumentando o risco de candidíase. Reduza doces, refrigerantes, massas brancas e pães ultraprocessados.

Substituições inteligentes podem ajudar a prevenir desequilíbrios frequentes.

11. Troque absorventes e coletores menstruais no tempo certo

O uso prolongado de absorventes descartáveis ou coletores menstruais pode favorecer o crescimento de bactérias.

Troque absorventes a cada 4 horas e higienize o coletor com água e sabão neutro a cada uso, fervendo-o entre ciclos.

12. Limpe da frente para trás

Sim, você leu certo: ao ir ao banheiro, limpe-se da vagina para o ânus (bunda) e não o contrário. Isso evita a propagação de bactérias nocivas do seu ânus para a sua vagina saudável.

13. Gerencie o estresse: sua saúde íntima agradece

Altos níveis de estresse afetam diretamente os hormônios, o sistema imunológico e a microbiota vaginal.

Técnicas de respiração, meditação, caminhadas leves e pausas na rotina ajudam a equilibrar o corpo como um todo — inclusive a região íntima.

14. Pratique sexo que proteja sua saúde vaginal

Durante o sexo, trocamos bactérias. Isso coloca a vagina em contato com bactérias “desconhecidas”. A vaginose bacteriana, embora não seja uma doença sexualmente transmissível, tem sido associada ao sexo.

Essa troca bacteriana é relatada tanto para mulheres que fazem sexo com homens quanto para mulheres que fazem sexo com mulheres. 

Os preservativos podem protegê-lo contra a transmissão bacteriana indesejada e também contra infecções sexualmente transmissíveis.

Evite preservativos perfumados, pois eles podem ter um impacto negativo no seu microbioma vaginal. 

Lembre-se: ao trocar de sexo anal para vaginal, troque a camisinha ou lave o pênis do seu parceiro e quaisquer brinquedos que você esteja usando.

Pular esta etapa importante levará milhares de bactérias anais para a sua vagina, o que pode causar vaginose bacteriana. 

15. Consulte sua ginecologista regularmente — mesmo sem sintomas

Muitas mulheres só procuram atendimento ao notar sintomas desconfortáveis.

Mas uma consulta preventiva permite identificar alterações precoces, como infecções assintomáticas ou desequilíbrios hormonais, além de atualizar exames de rotina como o Papanicolau.

A saúde vaginal depende de uma soma de atitudes diárias que, muitas vezes, passam despercebidas.

Pequenos ajustes no cotidiano podem evitar infecções, desconfortos e promover mais bem-estar e confiança. A vagina tem uma fisiologia complexa e autossuficiente — e o nosso papel é cuidar sem interferir excessivamente.

Referências

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